quarta-feira, 15 de junho de 2011

Djavan na África

Djavan fará quatro shows na África. Ele se apresenta pela primeira vez em Cabo Verde e Moçambique. O cantor desembarca com o novo show "Ária" na Cidade de Mindelo/Ilha de São Vicente (dia 29/06), Cidade da Praia/Ilha de Santiago (dia 01/07) e em Maputo (dias 07 e 08/07).
Não será a primeira vez do artista no continente africano, país de extrema importância na formação musical e espiritual do artista."Eu sou uma pessoa do mundo, mas me sinto indubitavelmente negro em tudo. A minha música é negra, eu sou um homem negro e adoro as religiões que descendem da África", disse Djavan, em entrevista à BBC Brasil há quatro anos atrás.

"Eu fui criado sob a cultura negra, tenho total a coisa do sangue negro, da veia negra na minha vida", contou o artista, que foi criado pela mãe – "uma negra linda com a cultura africana no sangue".


Identificação com a África
O artista acredita que suas raízes africanas expliquem seus talentos musicais e o sentimento de identificação que teve nas viagens que fez pelo continente.
"Na primeira vez que eu fui à África, em 81, tomei o maior susto, quando eu pude identificar ali a raiz da minha música, porque eu tenho uma música que no início da minha carreira era muito contestada por muita gente. Diziam que era uma coisa estranha, que não tinha nem pé nem cabeça, que a minha divisão rítmica era uma coisa estranha e tal."
"Cheguei em Angola e pude ver nitidamente onde estava a raiz disso tudo", completou Djavan, que também contou ter ficado muito à vontade na Argélia. "Então a minha identificação com a África é muito grande. Pela religião, cultura, música, a comida também."


Djavan Popstar

Djavan superstar

Nesta semana, Djavan se apresentou em sua cidade natal, Maceió, e fez dois shows emocionantes da turnê Ária. Por conta dos shows na cidade, o jornal gazeta de Allagoas fez uma matéria super bacana com o cantor, leia um trecho aqui:
Djavan superstar
Mais bem-sucedido artista já surgido em Alagoas, Djavan se apresenta hoje e amanhã em Maceió com o show da turnê Ária
ELEXSANDRA MORONE - Editora de Cultura
Não é de hoje, mas nunca é demais lembrar: Djavan Caetano Viana, cantor e compositor nascido em Maceió no dia 27 de janeiro de 1949, é figura obrigatória no time dos artistas que renovaram a música brasileira. A repercussão de seu trabalho, porém, não ficou restrita aos limites da história – Djavan é atualmente um dos mais bem-sucedidos nomes do showbiz nacional, e sua agenda não deixa dúvidas quanto a isso.

Atração hoje e amanhã no Teatro Gustavo Leite, a turnê Ária, por exemplo, está prestes a desembarcar na África portuguesa (Cabo Verde e Moçambique) e nos próprios domínios lusitanos (Lisboa e Porto), isso depois de ter passado por Nova York, Santo Domingo, Miami, Boston, San Francisco e Los Angeles, nos EUA. Maceió, por sinal, é um dos últimos pousos do artista em solo brasileiro antes da partida para o exterior: cumprida a etapa que incluiu cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Natal, Recife, Fortaleza e Cuiabá, as próximas paradas são Aracaju, Salvador e São Paulo.

Com Marta, um paralelo entre vida e carreira
Gazeta – Na reportagem que foi ao ar há pouco mais de 15 dias no programa Esporte Espetacular, da Rede Globo, você e a jogadora Marta fizeram uma espécie de tabelinha de talentos saídos de Alagoas: ela, nascida em Dois Riachos, é a melhor jogadora de futebol do mundo; você, nascido em Maceió, é um dos compositores que transformaram nossa música. Dá para traçar um paralelo entre a sua carreira e a dela?

Djavan – Eu acho que sim. Acho que a sofisticação que ela tem jogando, eu tenho no meu trabalho. E eu espero que você entenda muito bem para não parecer uma coisa boba, arrogante... Acho que o tipo de trabalho que nós fazemos tem uma pegada especial, distinta, original. Eu faço um trabalho que é bem personal, e a Marta joga um futebol que nenhuma outra jogadora do mundo joga. A Marta tem essa peculiaridade. Ela tem uma inteligência jogando futebol que não é própria das mulheres... Não é a inteligência que não é muito própria das mulheres, veja bem. É a inteligência para o futebol... É você saber como tocar na bola, descobrir espaço vazios, ter a inteligência de saber como chutar, como se posicionar para receber, como lançar, como passar... Ela tem todos esses fundamentos que o grande craque de futebol tem. E eu faço um trabalho, como você sabe, muito pessoal. É um trabalho original, um trabalho que quem gosta de Djavan só vai encontrá-lo em mim. Então eu acho que talvez esse paralelo faça sentido.